Na casa ao lado, havia um menino, de vastos cabelos negros, cujos olhos verdes refletiam grande tristeza. Seu sorriso triste dava margem a falatórios, ele não tinha amigos e negava-se a fazer amizades. Sua mãe também tinha o mesmo aspecto e seu pai alimentava certa tristeza. Eram pessoas humildes que sofriam em silêncio e que eram vistos com maus olhos por não se aproximarem de ninguém. No decorrer do tempo, a juventude chegou e com ela, grandes revelações. Aquele menino que sofria em silêncio, tinha autismo, seus pais sofriam por sua condição, por esta razão eram tão tristes. Olhando para trás, vendo que poderia ter feito mais, se ao invés de acreditar e alimentar as fofocas, se aproximasse desta família que necessitava de ajuda, de alegria, de companheirismo, e que nada disso encontrou em nenhum dos seus vizinhos. A vida nos prega peças, depois ela nos conduz a vivenciar situações parecidas as quais achávamos existir só com os outros. Hoje sou eu, a vivenciar esta mesma história, eu que não fui solidário, e eles sendo solidários comigo. Esta é a vida a nos educar através de lições preciosas e pouco valorizadas por nós.
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