A evolução é distinta em cada espírito. Percebe-se que alguns preferem viver a ilusão de que ainda estão encarnados, enquanto outros preferem enfrentar a realidade. Seja qual for a decisão do espírito, caberá a nós auxiliá-lo. Para que ao ocorrer o despertar, não haja sofrimentos maiores. A complexidade está em dar-lhes o meio para o despertar, apoiar de forma incondicional, esperar pacientemente que organize o seu pensar, mostrar-lhe todo o caminho percorrido até aqui, dando-lhe a liberdade de formar as próprias ideias. Pois muitos têm ideias já formadas, porém equivocadas da transição entre o desenlace e a existência da vida. Fato que, sem dúvida, assusta aos que esperam dormir até o retorno do Cristo. Estas situações são importantes para desenvolvimento do espírito.
Após escrever estes breves relatos, Marcílio pede que Serafina encaminhe o próximo paciente.
— Bom dia, doutor. Estou aqui por motivos óbvios. Não me sinto satisfeito com a situação ao qual me encontro. Estou preso a este hospital, porém já me encontro recuperado do acidente. Gostaria de voltar para casa, sinto falta da minha família. Entendo perfeitamente que o hospital não permite a visita dos familiares, porém, desejo retornar. Minha mãe deve estar preocupada.
— Bom dia! Qual o seu nome, irmão?
— Desculpe, meu nome é Eduardo Gomes.
— Bem, Eduardo, vamos primeiro voltar ao acidente. Conte-me o que houve.
— Bem, fui para a praia de moto, minha mãe não queria que eu fosse, mas o senhor sabe como é, eu insisti, desobedeci e fui. Em uma curva, a moto deslizou e eu sofri o acidente e aqui estou.
— Vamos retornar para o momento em que estava no chão.
— Eu levantei imediatamente e vi que havia um homem caído no chão.
— Aproximou-se para ver de quem se tratava?
— Não, me envergonho, porém, tive um medo muito grande de me aproximar e ver o que havia acontecido. O senhor acredita que ele sobreviveu?
— Muito bem, peço que feche os seus olhos e concentre-se. Visualize os últimos acontecimentos que ocorreram até o acidente.
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