- Isso não condiz com alguém que era bom, se foi parar lá é porque cometeu erros graves.
- Minha irmã, nossa mãe sempre foi muito boa para nós, então vamos orar por ela. O que quer que ela tenha feito, não deve ter sido tão grave assim.
- Se era tão boa, por que foi para uma zona inferior?
- Foi um equívoco, logo estará conosco.
- O senhor sabe o que ela fez, doutor?
- Não, Maristela. Mas me diga você, o que ela fez?
- Ela nos envenenou durante anos, não sei o motivo, mas certa vez o médico disse, e eu ouvi que parecia que estávamos sendo envenenadas, mas ela desmentiu e nunca mais voltamos para nos tratar com este médico. Eu acreditei nela, porém, vejo que eu estava enganado.
- Não, minha irmã, você está enganada, mamãe nos ama, ela jamais faria isto conosco.
- Muito bem, cabe a vocês, refletirem sobre os pensamentos e dúvidas que estão a sentir neste momento. Qualquer que tenha sido o equívoco de vossa mãe, deve ser perdoado, para que ela também se perdoe. Pensem, reflitam sobre o amor que sentem por ela e após chegarem a uma conclusão, retornem para conversarmos, está bem?
- Sim, doutor, faremos isto. Mamãe merece uma chance, minha irmã, ela sempre se dedicou a nós, abandonou tudo por nós. O mínimo que devemos a ela é o benefício da dúvida.
- Vou fazer o que me pede, doutor, mas eu sei o que ouvi e hoje tenho certeza no meu íntimo que foi verdade. Sei de toda a dedicação que ela apresentava por nós e por esta razão, entendendo que devemos perdoar, vou tentar sim e vou orar por ela. Mas quanto a verdade, ela se mostrará quando for oportuno.
- Então, até breve, que Deus as abençoe, podem procurar Serafina.
- Até breve, doutor.
- Como foi Marcílio?
- Bem, Serafina. Uma consegue enxergar a verdade e se dispõe a perdoar. Já a outra prefere permanecer cega, pois sabe que não perdoará.
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