— A roupa era igual à minha.
— O que você fez?
— Me agachei e olhei com atenção e vi ser eu. — Aos prantos, ele gritava.
— Mas, isto é impossível, pois estou vivo. Estou vivo!
— Claro que está vivo. Todos nós estamos. A morte é apenas uma transição para voltarmos a verdadeira vida. Agora procure acalmar-se meu irmão, pois agora começará a verdadeira vida.
— Por que tinha que ser agora que eu havia construído o meu nome, me estabelecido como médico, com um futuro brilhante pela frente? Por quê? Por quê?
— Porque este foi o momento que você escolheu para retornar à Pátria Mãe.
— Bernardo, a vida está em tuas mãos. Construa através do estudo e do trabalho. Há muito que você pode realizar aqui, mas para isso deverá estudar. Não perca tempo sofrendo com o que poderia ser, construa o que pode ser. A oportunidade bate à tua porta. Cabe a você abrir a porta ou permanecer com ela fechada. Sugiro que volte a enfermaria e reflita sobre esta nossa conversa. Ficarei a aguardá-lo.
— Obrigado, doutor. Farei isto. — Bernardo sai abatido e ainda chorando.
— Serafina, cuide para que Bernardo seja assistido, pois ele ainda está bem abatido. Mas deixe-o pensar, sem a interferência de outros pacientes.
— Claro, Marcílio.
— Preciso de alguns momentos sozinho. Assim que terminar, te avisarei.
— Certo.
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