A vida sendo este presente maravilhoso ao qual recebemos do nosso Pai, este ser que nos demonstra a todo instante o quanto nos ama, o mínimo que devemos fazer é retribuir este amor com amor, cumprindo o que nos cabe com respeito, dignidade, moral. A nossa parte é tão efêmera que seria tão fácil se assim quiséssemos realmente retribuir o que nos é dado com amor.
Ah o amor! Fonte de vida, de luz, como utilizamos erroneamente o confundindo com paixões de verões, tão passageiras e tão vazias, egoístas que somos, incapazes de compreender-lhe a dimensão, perdidos diante do outro acabamos por nos entregar de corpo e alma, perdendo assim o nosso amor-próprio, nossa dignidade e muitas vezes a nossa vida.
A paixão é tão avassaladora que nos faz ficar cegos diante do que está à nossa frente, mascaramos os erros do objeto de amor, encobrindo suas falhas e idealizando algo que sempre sonhamos vivenciar. Quantas ilusões criamos em torno de nós mesmos por medo de encararmos a nossa realidade, que é talvez no nosso pensar, assustador. Todos nós acabamos por nos esconder de nós mesmos através de máscaras moldadas a nosso bel prazer, mas quando nos encaramos, quando não há ninguém como testemunha, vislumbramos quem realmente somos, e o que vemos muito nos assusta. Esta é a vida que será apresentada, uma vida a qual todos deveriam vivenciar.
Perdido em seus pensamentos Marcos Paulo observava o transcorrer do dia, tentando controlar seus impulsos, sentia um ódio profundo por Tatiana, ele havia dedicado parte de sua vida àquele relacionamento e ela havia jogado tudo fora ao traí-lo, descaradamente diante de todos, como se o tempo em que estiveram juntos de nada valesse.
- Bem, ela terá uma grande surpresa, mas primeiro deixarei o tempo passar, vou deixá-la sentir-se segura e então mostrarei o que realmente significa a palavra dor.
Sentiu um toque em seu braço, vira-se deparando com o filho Iago.
- Papai estou com fome.
- Vou preparar algo para você, vamos.
- Papai, vamos ao cinema?
- Claro filho, o que acha de lancharmos no shopping?
- Sim papai, mas estou com fome.
- Vou te dar um biscoito, depois tomamos um banho e vamos aproveitar a vida, pois não sabemos o que pode vir acontecer amanhã.
- Não entendi papai.
- Tudo bem filho, aqui está o seu biscoito.
Ele observa o filho atentamente e emociona-se como é lindo o seu Iago.
- Obrigado Deus por este tão lindo presente.
Quando Iago acaba de lanchar, vai se arrumar para curtir o cinema.
Comentarios